sexta-feira, 28 de junho de 2013

Que Presente!

Texto de Joelson Oliveira

       Há cerca de dois ou três meses, tive a oportunidade de apreciar uma idéia e realização brilhante. Foi do meu amigo Quico Selistre, grande cara.

       Ele organizou e produziu – em número limitado – um CD como lembrança dos “EREMITAS”, que se constitui numa homenagem a todos nós, jovens dos anos sessenta, e que tivemos a satisfação de curtirmos aquela nossa banda, que embalou muitos dos nossos sonhos, nossos namoros, nossas doces tardes de domingos, em muitas reuniões dançantes, principalmente na boate do Centro Clube.

        O CD relembra as músicas que os Eremitas interpretavam. Recordei com muita alegria, pois tive o privilégio de acompanhar muitas coisas, no pequeno tempo de duração da banda, com uma série de acontecimentos ao seu redor.

      Desde a Kombi do Nadir, que nos levava para Porto Alegre, a Pensão do S. Naziazeno Santana, na Rua Senhor dos Passos, no apartamento do Edifício Ariosto Pinto, na Rua General Vitorino.

      Na pensão da Rua Senhor dos Passos, onde eu também morava, o Bilocão e o Sebastião Castilhos, arquitetaram a boate “Manifesto”, do Centro Clube, com a redução do espaço do salão, que era muito grande para uma boate, a luz negra e a decoração em preto e branco, com os painéis bolados pelo Sebastião, onde aparecia o Einstein mostrando a língua, a cara marota do Carlitos, a boina do Che Guevara e tantos outros.

      No Apartamento da Rua General Vitorino, em cima da firma onde eu trabalhava, muitas rodadas com alguns dos componentes dos Eremitas, imitando um programa que existia na televisão à época, em que alguém recebia um tema, não podia dizer nada, apenas com a mímica tinha que fazer o companheiro acertar o tema. A cada acerto, somavam-se pontos.

     Naquele apartamento aconteciam muitos ensaios de alguns dos integrantes da banda, que residiam em Porto Alegre. Ouvíamos durante a semana e, no domingo, dançávamos aos seus embalos.

     Era uma banda simpática e de muito bom gosto. Foi ela de uma importância singular na formação de uma geração de jovens patrulhenses. Além de toda a contribuição cultural que ela nos proporcionou, pois música é cultura, a banda foi um elo magnífico para quem saiu da era dos boleros (Clube Comercial Antigo), para a jovem guarda e a era dos Beatles (boate do Centro Clube).

     É importante que seus componentes tenham a consciência que embalaram, ensinaram e transportaram uma grande leva de jovens da nossa terra, entre época musicais diferentes, e fizeram com muito carisma e bom gosto.

     Os Eremitas marcaram muito nossas formações e este CD que o Quico relembrou foi um grande achado, para não dizer um grande presente, pois eu tive a honra de ganhar. Na cerimônia do meu casamento, eu e a minha esposa fomos presenteados pelos Eremitas, nossos amigos, que nos brindaram com canções maravilhosas, como: “Ao mestre com carinho”, linda música do filme de mesmo título, que eu muito gostava, além de tantas outras.

      Que presente! Não foi daqueles de pendurar na parede, nem colocar em cima do balão ou na sala de jantar. Nunca quebrou, nem estragou. Agora, no próximo dia 20 de dezembro, fará 35 anos que está guardado, com muito carinho, nos nossos corações e, com certeza, ali ficará para sempre.

Valeu Gurizada!

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