Marcos entrou no elevador de um Shopping em Porto Alegre e sentiu um perfume que o deixou completamente inebriado. Começava ali o mistério, a procura da mulher invisível.
Quando Marcos desceu no terceiro andar, na área de roupas masculina e feminina, decidiu comprar calça, camisa, sutiã e calcinha. O perfume tomou conta daquele ambiente; ficou com vergonha de perguntar para o vendedor se era ele quem o estava usando, uma vez que era adocicado, não combinava com aquele homem. Saiu daquele local, entrou no elevador e decidiu ir até o quarto andar, para ver, na perfumaria, se descobria quem havia comprado aquele intrigante perfume. A vendedora, muito bonita, tinha olhos verdes bem pintados, perguntou se Marcos gostaria de comprar algo. Ele ficou por um instante pensativo, parecia estar sonhando, e imaginou: será que é esta moça bonita que está usando esse perfume maravilhoso. Novamente a vendedora chamou sua atenção e perguntou-lhe se gostaria de comprar alguma coisa. Marcos acordou do transe momentâneo e disse-lhe que procurava uma colônia masculina. Ela indicou um lançamento, era perfume Francês, e ele nem sentiu a fragrância, comprou sem experimentar, como era de seu costume.
O dia estava maravilhoso, o sol brilhava, era uma tarde de verão daquelas, fazia mais de trinta graus. Marcos, ao sair do Shopping, passou na sorveteria e tomou refrigerante misturado com sorvete. Por um momento aquele perfume indescritível lhe veio ao nariz; deixou tudo em cima da mesa e saiu rapidamente dali. Pensou que estava ficando louco, foi direto ao paradão de ônibus. Esperou quinze minutos, e nada de passar a linha Auxiliadora. Resolveu pegar um táxi, esticou a mão para o primeiro que passou na sua frente. Quando estava dentro, no banco traseiro, veio aquele perfume no ar, teve a certeza de que só podia ser de mulher. Pegou o taxista no ombro e sacudiu-o: por favor me diga quem esteve dentro deste carro antes de mim. O motorista ficou todo arrepiado com aquela mão gelada e inesperada, ele era apenas um garotão e tinha pouca experiência dirigindo táxis. Falou para o passageiro que tinha sido a mulher mais linda que ele já havia transportado. Marcos ficou mais curioso ainda e pediu que o levasse até aquela mulher, pois estava o dia todo sentindo o perfume dela. Tudo bem, o motorista concordou e foi levá-lo até aquela mulher misteriosa.
Ao chegar perto da casa, logo quando o taxista entrou na rua dela, Marcos ficou espantado com o que estava acontecendo, pois ali era justamente a rua onde ele morava. Perguntou para o motorista se não estava havendo algum engano: será que não tinha entrado na rua errada? De pronto ele disse que não; não tinha como esquecer aquele trajeto, a casa onde morava sua musa. Para piorar ainda mais a situação, o motorista do táxi parou seu carro bem em frente à casa de Marcos e ainda brincou: aqui é que mora o meu amor! Marcos, indignado, pagou o taxista e desceu, todo cismado. Quando entrou no portão, sentiu o melhor perfume que sentira em toda sua vida. Entrou em casa pé por pé, foi até a cozinha, não tinha ninguém; no banheiro também não havia; resolveu ir ao quarto: lá estava o frasco vazio de perfume bem em cima do criado mudo e com ele um bilhete inesperado.
Hoje quem está feliz é o taxista, pois aquele perfume não sai mais de dentro do seu carro, até lingerie ele estreou naquela noite junto com seu amor.
Maurício Collar
Quando Marcos desceu no terceiro andar, na área de roupas masculina e feminina, decidiu comprar calça, camisa, sutiã e calcinha. O perfume tomou conta daquele ambiente; ficou com vergonha de perguntar para o vendedor se era ele quem o estava usando, uma vez que era adocicado, não combinava com aquele homem. Saiu daquele local, entrou no elevador e decidiu ir até o quarto andar, para ver, na perfumaria, se descobria quem havia comprado aquele intrigante perfume. A vendedora, muito bonita, tinha olhos verdes bem pintados, perguntou se Marcos gostaria de comprar algo. Ele ficou por um instante pensativo, parecia estar sonhando, e imaginou: será que é esta moça bonita que está usando esse perfume maravilhoso. Novamente a vendedora chamou sua atenção e perguntou-lhe se gostaria de comprar alguma coisa. Marcos acordou do transe momentâneo e disse-lhe que procurava uma colônia masculina. Ela indicou um lançamento, era perfume Francês, e ele nem sentiu a fragrância, comprou sem experimentar, como era de seu costume.
O dia estava maravilhoso, o sol brilhava, era uma tarde de verão daquelas, fazia mais de trinta graus. Marcos, ao sair do Shopping, passou na sorveteria e tomou refrigerante misturado com sorvete. Por um momento aquele perfume indescritível lhe veio ao nariz; deixou tudo em cima da mesa e saiu rapidamente dali. Pensou que estava ficando louco, foi direto ao paradão de ônibus. Esperou quinze minutos, e nada de passar a linha Auxiliadora. Resolveu pegar um táxi, esticou a mão para o primeiro que passou na sua frente. Quando estava dentro, no banco traseiro, veio aquele perfume no ar, teve a certeza de que só podia ser de mulher. Pegou o taxista no ombro e sacudiu-o: por favor me diga quem esteve dentro deste carro antes de mim. O motorista ficou todo arrepiado com aquela mão gelada e inesperada, ele era apenas um garotão e tinha pouca experiência dirigindo táxis. Falou para o passageiro que tinha sido a mulher mais linda que ele já havia transportado. Marcos ficou mais curioso ainda e pediu que o levasse até aquela mulher, pois estava o dia todo sentindo o perfume dela. Tudo bem, o motorista concordou e foi levá-lo até aquela mulher misteriosa.
Ao chegar perto da casa, logo quando o taxista entrou na rua dela, Marcos ficou espantado com o que estava acontecendo, pois ali era justamente a rua onde ele morava. Perguntou para o motorista se não estava havendo algum engano: será que não tinha entrado na rua errada? De pronto ele disse que não; não tinha como esquecer aquele trajeto, a casa onde morava sua musa. Para piorar ainda mais a situação, o motorista do táxi parou seu carro bem em frente à casa de Marcos e ainda brincou: aqui é que mora o meu amor! Marcos, indignado, pagou o taxista e desceu, todo cismado. Quando entrou no portão, sentiu o melhor perfume que sentira em toda sua vida. Entrou em casa pé por pé, foi até a cozinha, não tinha ninguém; no banheiro também não havia; resolveu ir ao quarto: lá estava o frasco vazio de perfume bem em cima do criado mudo e com ele um bilhete inesperado.
Hoje quem está feliz é o taxista, pois aquele perfume não sai mais de dentro do seu carro, até lingerie ele estreou naquela noite junto com seu amor.
Maurício Collar
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