Nossa região é dotada de um excelente clima e relevo onde uma das principais características é o cultivo de arroz. A orizicultura teve início em nosso município por volta da década de 1920, onde o produto era produzido para subsistência das famílias. A grande várzea arrozeira da nossa região não havia sido descoberta por muitos. Os fazendeiros naquela época apostavam mais em pecuária, mas com o surgimento de plantadores de arroz oriundos de outras regiões do Estado, como Tapes e Camaquã, impulsionaram o desenvolvimento desta nova cultura em Santo Antônio e demais municípios vizinhos. A partir de então, os fazendeiros e arrendatários de terras passaram a seguir um novo ramo econômico.
As mulheres, no entanto, tomavam conta de seus afazeres domésticos enquanto os homens trabalhavam nas granjas. Na metade do século passado é que as mulheres ingressaram também nesse ramo de atividade, participando firmemente, inclusive auxiliando seus maridos nas decisões.
As mulheres foram adentrando nas lavouras de arroz, umas pelo fato de terem ficado viúvas e tendo que dar seguimento a profissão do marido para manter em ritmo a sobrevivência de sua família, outras seguiram orientações de seus pais, que eram pessoas dedicadas e sabedoras deste ramo e há também as que ficaram marido plantando de um lado e mulher de outro.
De alguns anos para cá, houve maior destaque das mulheres produtoras de arroz, passaram a participar das sociedades mercantis e atualmente estão a altura dos homens em negócios. Hoje é comum vê-las ocupando cargos importantes em Cooperativas, Associações e outras entidades relacionadas ao arroz. Suas experiências são de grande importância porque mostram o potencial em seu ramo de atividade. Acredito que não foi nada fácil chegar ao patamar da atualidade porque havia ainda uma certa discriminação entre homens e mulheres nesse seguimento, e alguns acreditavam que atividade a qual tem a participação direta do homem, a mulher não seria capaz de o fazer. Elas, em sua maioria, são dedicadas ao serviço e tem um sentido de vista longa aos acontecimentos e, na hora de decisões difíceis, elas agem com segurança e diplomacia.
Vou citar algumas ilustres arrozeiras que dedicaram parte de sua vida a este ramo, algumas não estão mais aqui, outras mudaram profissionalmente, mas de uma certa forma fica aqui uma singela e justa homenagem aquelas que continuam contribuindo com o enriquecimento de nossa terra. São elas: Maria Isaura Caetano, Maria Rosa Peixoto, Maria Eugênia Maciel, Geni Peixoto, Eronita Nehme Peixoto, Terezinha Borges, Zely Moraes, Neli da Costa Barcellos, Silvana Barcellos, Valmir(Mira) Pacheco, Beatriz Melo, Edy Barcellos Muniz.
Mário Antônio Barcelos
Muito interessante. Por aquí a gente se deleita e, ao mesmo tempo, aprende.
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ResponderExcluirValeu muto obrigado Felipe...pela postagem e pela bela imagem da lavoura de arroz.
ExcluirComo diz o ditado, tudo que o arroz precisa para ter produtividade: Água no pé e Sol na cabeça....
Capaz seu Mário! ;)
ExcluirParabéns a você pelo texto. Um abraço!