quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ele

por Márnei Consul

Naquela noite, ele estava arrependido.
Arrependido por ser,
arrependido por não ser.
Simplesmente, arrependido.

Sentia que não conseguiria dormir,
Com poesias, a noite preenchia.
O sono não vinha;
ele não sabia o que fazer.

Sua vontade era gritar,
acordar o mundo,
despertar para a vida.
Mas naquela cena,
quem lhe atava a garganta era o silêncio.
O silêncio...
dos anos passados
e de anos futuros.

Solução? Não via.
As coisas pareciam imóveis,
imutáveis, fúteis, inúteis.

“Socorro!”
Nem balbuciar ele conseguia.
Tornou a esperar;
a esperar que a vida passasse,
que tudo passasse...
Tudo! Ou nada...

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