por Mariana Carvalho
No fim do dia, eu estava caminhando com o meu pai no Rincão da Palmeira e contando para ele como tinha sido o meu dia no colégio, quando ele disse assim:
- "Tipo", tu já repetiste "tipo" umas quantas vezes só agora.
Eu, sem perceber, dizia "tipo" naqueilo que contava: "A professora disse que nós vamos ter educação física, tipo só uma vez no mês."
Daí em diante eu comecei a perceber que não era só eu quem fazia isso e sim quase todos aquees com quem eu convivia, não tenho ideia de onde isso veio, mas se espalhou.
Há um tempo a gurizada, quando estavam conversando entre eles, sempre no final das frases repetiam "ta ligado?"
O "tá ligado?" está um pouco em desuso, pois já teve a sua fase. Mas não é só a juventude que tem esses vícios, os mais velhos quando estão falando em discurso, entrevistas ou palestras usam "na verdade", "com certeza" repetidas vezes.
Tá bom, eu sei que a língua não está parada, estamos sempre usando as mesma palavras só que com significados diferentes, apesar de a língua portuguesa ter 450 mil verbetes, como Renato Russo diz: "Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavra que nunca são ditas?"
Nós sempre falamos aquilo que ouvimos, mas nós podíamos enriquecer nosso vocabulário lendo, escutando músicas, assistindo filmes, indo ao teatro...
Tipo, minha professora pediu para fazermos um textinho, mas saiu assim "Tipo Crônica".
Essa crônica faz parte do livro "Só pra Avisar" organizado pela professora Margareth Oliveira com a turma 201 da escola Cândido de Barros em 2013.
Muito bom. Bem criativo. Parabéns Mariana. Abraço, joelson Oliveira
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