por Mario Antônio Barcelos
quarta-feira, 9 de abril de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Tríplice Aliança Literária
Buenas, pessoal! No próximo o lançamento conjunto de três obras estará acontecendo durante a 2ª Exposap reunindo amigos e admiradores dos escritores Márnei Consul, Sinara Foss e Solange Grandini. Confira abaixo o trailer do video de divulgação que será exibido no lançamento e um pouco mais sobre eles e seu trabalho no post de hoje:
Sinara Foss já é bastante conhecida por suas publicações envolvendo animais desde seu Memórias de um Cachorro Velho (1996), onde fazia uma pequena reflexão da vida através dos olhos do cachorro Xôlo, o primeiro animal que resgatou. Depois seguiram-se as aventuras da cachorrinha Sissi que renderam quatro livros. A sua nova publicação não poderia deixar de trazer mais um personagem pet, mas dessa vez numa forma inédita: O Sherlock Cat como o próprio nome sugere, traz novas aventuras protagonizadas dessa vez por um felino, representado na capa pelo desenhista local Doutor Insekto.
Márnei Consul também vem com uma boa bagagem de experiências literárias que variam desde a comicidade do cotidiano nos contos de Graças as Desgraças (2009) até ensaios sobre o ensino em Educação: Um olhar de Professor (2012). Esse ano Márnei nos traz Simples Intrínseco, sua primeira obra exclusivamente com poemas, publicada pela editora Pragmatha, assim como seus cinco livros anteriores. Márnei também participou recentemente da obra conjunta do Grêmio Literário Patrulhense Prosa na Varanda - Crônicas no ano passado.
Os escritores Sinara Foss (dir.), Márnei Consul, Solange Grandini e Guilherme Vargas (esq.), diretor do vídeo. |
Solange Grandini estreia com seu primeiro livro solo, Inspiração, onde reúne textos poéticos antigos com novas criações, como uma consequência da boa receptividade que teve desde que começou a publicar seu trabalho. Inspiração homenageia amigos e familiares com poemas a partir de pequenas experiências cotidianas e lembranças de sua vida. A autora já havia participado das publicações anuais da antologia poética Poesia na Praça.
O lançamento conjunto das três obras acontece no dia 12 de Abril às 15:00 hrs no espaço Qorpo Santo durante a 2ª Exposap de Santo Antônio da Patrulha.
Felipe Essy
quarta-feira, 26 de março de 2014
O Ensino de Língua Estrangeira
por Márnei Consul
Então, vamos falar sobre educação?
Em nossa sociedade, altamente globalizada, o ensino de uma língua estrangeira nas escolas é fundamental. De fato, a comunicação pede que dominemos, no mínimo, duas línguas.
Aí, vem o questionamento: por que ensinar um outro idioma a quem, provavelmente, nunca sairá do Brasil? A resposta é simples: pelo fato de essas pessoas nunca irem a outro país.
Aprendendo uma outra língua, estamos a conhecer elementos de uma outra cultura que, quem sabe, nunca iremos ver. Nós, brasileiros, por exemplo, nos deparamos com o ensino do Espanhol e do Inglês. Sabido é que temos muito mais chances de manter contato com o primeiro idioma, haja vista a proximidade dos países. E quanto ao Inglês: teremos oportunidade de conhecer os Estados Unidos, a Inglaterra, etc.? Possivelmente, de forma presencial, não. Mas temos contato com tal idioma através da informática, dos meios de comunicação e do entretenimento (músicas, filmes, etc.), personalidades famosas e por aí vai a lista.
O nível do ensino de um novo idioma varia de escola para escola. Umas têm mais recursos do que outras. Conseqüentemente, os alunos terão aprendizados diferentes. De qualquer modo, a língua estrangeira deve fazer parte da formação básica dos alunos para que eles estejam preparados para o futuro.
Os professores devem se esforçar para proporcionar um ensino que se aproxime da realidade dos alunos. Não adianta exigir a gramática correta na prova, esquecendo-se de ter mostrado aspectos culturais do país estrangeiro nas aulas. Isso é tão interessante quando aquilo.
Por parte dos alunos, estes não devem se contentar somente com o ensino que recebem nos bancos escolares. Com interesse, precisam ir atrás de mais materiais fora de aula e, depois, compartilhar isso com os colegas e tirar dúvidas com o professor.
Por isso, professor e aluno, não menosprezem o ensino de língua estrangeira! Aproveitem o tempo escolar que é dedicado a isso e busquem conteúdos fora da aula também. A importância não é vista só amanhã, mas já hoje.
domingo, 16 de março de 2014
Em Cena
por Rosalva Rocha
Pelos cômodos estreitos e secretos
chorei
atrás da cortina deparei-me com o medo
da perda – a inevitável perda
esse monstro terrível – sem cara definida
eu, em pedaços, partida
Cambaleante – sem rumo
seguí
atrás do nada encontrei a figura
do ganho – o inimaginável ganho
esse gozo incontido – sem saber de onde veio
eu, novamente em vida, passeio
Vida louca
altos e baixos
perdas e ganhos
palco imenso
eu, a atriz
quase morta por um triz
por desconhecer
que a vida é cena diversa
as vezes faceira, outras perversa
Pelos cômodos estreitos e secretos
chorei
atrás da cortina deparei-me com o medo
da perda – a inevitável perda
esse monstro terrível – sem cara definida
eu, em pedaços, partida
Cambaleante – sem rumo
seguí
atrás do nada encontrei a figura
do ganho – o inimaginável ganho
esse gozo incontido – sem saber de onde veio
eu, novamente em vida, passeio
Vida louca
altos e baixos
perdas e ganhos
palco imenso
eu, a atriz
quase morta por um triz
por desconhecer
que a vida é cena diversa
as vezes faceira, outras perversa
quarta-feira, 12 de março de 2014
O Pecado Sobre os Trilhos
Joelson Machado de Oliveira
Por meados dos anos cinqüenta, ir a Porto Alegre, para as famílias patrulhenses era algo quase comum. Minha mãe, de vez em quando ia, juntamente com as suas irmãs, fazer compras ou consultar na capital.
Passagem, quase obrigatória, era na Casa Schmidt, loja grande de tecidos, que ficava na Rua Voluntários da Pátria, esquina com a Avenida Cairú. Dali, depois de verem as novidades, rumavam para o centro.
Em algumas vezes, principalmente nas férias escolares, eu ia junto. Gostava demais daquele passeio. Tudo era diferente e fantasioso para quem vivia no pacato Barro Vermelho.
O deslocamento da Casa Schmidt para o centro da cidade se dava por bonde. O bonde São João. Embarcávamos no carro amarelado da Carris e íamos apreciando tudo, principalmente eu, que filmava com o olhar todas aquelas novidades.
O bonde galopava sobre os trilhos Voluntários afora, espirrando pelas ventas, no seu andar irregular: mais rápido, às vezes mais lento, suave ou mais barulhento.
Comentavam que a Voluntários da Pátria era zona de meretrício, paradouro de mulheres de vida fácil. Imaginem a curiosidade que me despertava, um menino lá pelos seus tenros anos.
Enquanto o bonde andava ia olhando aquelas mulheres caminhando na calçada, recostadas em prédios antigos, trotando o desejo pelas esquinas, para os homens que encontravam.
Certa vez uma mulher subiu no bonde. Parou ao meu lado e depois sentou no banco da frente. Corpo desenhado, vestido justo, branco com estampas azuis. Cheguei a ficar nervoso. Não tirei os olhos da mulher até chegarmos ao centro, no fim da linha. Tinha postura e cheiro diferente. Parecia um objeto proibido.
Voltamos para casa quando já era noite. Custei a dormir com tamanha novidade. Como contaria para meus amigos e colegas que o pecado havia viajado comigo e sentado na minha frente?
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
As Cores da Face
por Marcinha Peixoto
Depois de ter passado algumas horas "futricando" no site da Bora Colega Shop e da Pink Gloss desesperada pelos pincéis e cosméticos para os cabelos mais comentados nos canais do youtube chegou um momento em que me perguntei: mas no que diabos me tornei?Não vou aqui questionar a mim mesma ou rasgar a minha personalidade a céu aberto na net, a minha questão central é como a industria cosmética conseguiu de forma estratégica fazer com que euzinha desejasse um kit de pincéis de R$290,00! Foi através desses canais que eu tanto gosto de olhar, que os marketeiros acharam a mina de ouro da propaganda.
Uma das coisas que mais me impressiona é que aos poucos eu fui sendo contagiada pelo mundo das makes, uma base aqui, um pózinho ali, uma sombra mais escura, e quando eu percebi tava babando no site da Sigma. Foi um processo lento, mas não é que os desgraçados conseguiram o que queriam: fazer eu acreditar que "cara lavada é muito "last season"! Comecei a perceber que houve uma grande mudança na indústria cosmética e no ramo de salões de beleza de uns tempos para cá. Maquiagem virou item de necessidade básica, assim como arroz +feijão , e que as mulheres estão cada vez mais fazendo a unha em casa por que trocam de esmalte ao mesmo tempo que trocam de calcinha (perdoem a vulgaridade).
A net está cheia de vídeos ensinando de tudo, desde a maquiagem básica, como fazer unha marmorizada até mechas californianas. Não estou aqui criticando os canais, mesmo porque sou uma viciada nos mesmos, estou apenas divagando sobre um assunto que me pertubou por alguns dias.
Hoje, procurando uns vídeos específicos, achei um canal de uma menina de 13 anos preparando a pele p ir para a escola. Me respondam se por acaso uma menina de 13 anos precisa de corretivo. Ela manuseia os pincéis e mescla as cores das sombras com uma habilidade que talvez eu no auge dos meus 31 aninhos nunca alcance. Estamos vivendo o boom da cosmetologia e da maquiagem. E eu posso falar com conhecimento de causa que esses vídeos seduzem mesmo e te fazem acreditar que sair na rua de cara lavada é quase que um atentado ao pudor.
Eu sempre fui vaidosa, vivia nas farmácias desde os meus 13 anos comprando produtos para o cabelo, passando tudo o que me diziam que era bom, até óleo de mocotó. Nunca me expus ao sol para ficar torrada, odeio praia e morro de medo de ter manchas no rosto. Sou tão vítima desse mundo "aquarelado" quanto qualquer mortal, mas confesso que não partiu de mim, eu fui seduzida por um modelo imposto e que cria uma certa prisão para essas pré-adolescentes transformando-as em um modelo a ser seguido. Não julgo, apenas tento entender o porque de eu querer desesperadamente um kit de pincéis de R$290,00!
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
"Tipo Crônica"
por Mariana Carvalho
No fim do dia, eu estava caminhando com o meu pai no Rincão da Palmeira e contando para ele como tinha sido o meu dia no colégio, quando ele disse assim:
- "Tipo", tu já repetiste "tipo" umas quantas vezes só agora.
Eu, sem perceber, dizia "tipo" naqueilo que contava: "A professora disse que nós vamos ter educação física, tipo só uma vez no mês."
Daí em diante eu comecei a perceber que não era só eu quem fazia isso e sim quase todos aquees com quem eu convivia, não tenho ideia de onde isso veio, mas se espalhou.
Há um tempo a gurizada, quando estavam conversando entre eles, sempre no final das frases repetiam "ta ligado?"
O "tá ligado?" está um pouco em desuso, pois já teve a sua fase. Mas não é só a juventude que tem esses vícios, os mais velhos quando estão falando em discurso, entrevistas ou palestras usam "na verdade", "com certeza" repetidas vezes.
Tá bom, eu sei que a língua não está parada, estamos sempre usando as mesma palavras só que com significados diferentes, apesar de a língua portuguesa ter 450 mil verbetes, como Renato Russo diz: "Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavra que nunca são ditas?"
Nós sempre falamos aquilo que ouvimos, mas nós podíamos enriquecer nosso vocabulário lendo, escutando músicas, assistindo filmes, indo ao teatro...
Tipo, minha professora pediu para fazermos um textinho, mas saiu assim "Tipo Crônica".
Essa crônica faz parte do livro "Só pra Avisar" organizado pela professora Margareth Oliveira com a turma 201 da escola Cândido de Barros em 2013.
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